14 coisas curiosas que aprendi em um mês na Dinamarca - 7 Cantos do Mundo

Morar fora é sempre um grande desafio e aprendizado. Confira 14 coisas curiosas que aprendi no meu primeiro mês morando em Copenhague, Dinamarca.

Curso Como morar na Dinamarca - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo

Mais de um mês já se passou desde que cheguei à Dinamarca!

Tem dias que acordo e nem acredito que eu “já estou aqui”. Alguns meses atrás, isso parecia que aconteceria num futuro muito distante. Mas cá estou, já me acostumando ao frio, aprendendo um cadin de dinamarquês – e sendo confundida com uma o tempo todo! 🙂

Ao mesmo tempo que passou super rápido, parece que uma vida inteira aconteceu desde que cheguei. Decerto é por causa do bombardeio de informações novas: cidade, língua, cultura, clima, tudo novo! Sempre que praticamos o “olhar do estrangeiro”, absorvemos muito mais coisa do que em nossa rotina e local de origem. A cabeça fica ocupada o tempo todo processando os novos estímulos. Qualquer detalhe – que certamente passa despercebido por um local – vira um “uau” para nós.

E posso dizer que neste um mês e pouco na Dinamarca, eu tive muitos “uaus”! A cultura dinamarquesa é deveras interessante. Muitas coisas me chamaram a atenção, mas algumas curiosidades (catorze, para ser mais exato; umas mais óbvias, outras nem um pouco) merecem um destaque especial.

14 coisas curiosas que aprendi em um mês na Dinamarca

1. Copenhague é linda de morrer!

Baita cidade lindinha! Ela é toda charmosa, com seus prédios elegantes, igrejas diferentonas, praças mil, parques enormes, canais cheios de barquinhos, bicicletas, artistas de rua, turistas do mundo todo… Seus olhos ficam ocupados o tempo todo com tanta informação nova e bacana!

É (quase) tudo organizado, limpo e calmo – bom, pelo menos do ponto de vista de uma paulistana. Dá gosto só de sair na rua para nada, sabe? Apenas andar para lá e para cá sem rumo já se torna um passeio muito agradável!

2. O frio faz parte da rotina

É, não tem jeito. Vir para terras nórdicas significa se acostumar com médias de temperatura bem mais baixas do que qualquer brasileiro julga ser normal. Sair na rua só de camiseta? Pfff, esquece! Pelo menos no outono, inverno e (dizem) também na primavera. Ou seja: andar com partes de pele à mostra só no verão, amigão! E que (também dizem) nem chega a ser esse calor todo de meu-deus-que-calor-dos-infernos.

Em novembro, ainda outono

Em novembro, ainda outono…

Bem, por outro lado a gente logo se acostuma com o frio; de 7 a 10°C passa a ser uma faixa de temperatura tranquila. Se você está devidamente agasalhado, você fica de boas lá fora. Até chega a pensar: “Hum, nem está tão frio assim”. Isso até o momento em que bate o primeiro sopro de vento, quando você pensa: “Ah, socorro, vou morrer aqui, vento desgraçado, fi-de-uma-égua!!!”. Ele é que é o verdadeiro vilão.

Pior que nem o verão resolve tanto assim o problema, pois a temperatura média nesta estação gira em torno dos 20 e poucos graus; ou seja: calor aqui (o que nós brasileiros conhecemos como calor), nem pensar!

3. Os dinamarqueses são “mó da hora”!

Os dinamarqueses são muito simpáticos, espirituosos, e definitivamente não são frios como muita gente imagina – e sabe – sobre muitos europeus. Ah, e eles adoram brasileiros 🙂

Não apenas isso; eles fazem de tudo para você se sentir bem. Não é que eles apenas não são mal educados; eles são realmente amistosos! Parece que eles querem mesmo que você se sinta bem recebido. Em nenhum momento até agora nós nos sentimos inferiorizados por sermos estrangeiros (o que às vezes acontece em alguns países, infelizmente). Passamos pelas mais diversas situações, como turistas e como residentes, e sempre fomos muito bem acolhidos.

4. O que é o verdadeiro outono

Eu descobri que no Brasil a gente não conhece o verdadeiro outono. A gente até percebe que o sol brilha mais dourado, num ângulo diferente – e também é lindo, claro! Amo o outono brasileiro. Mas ele nem chega perto do que é o outono típico, tal qual o das terras dinamarquesas.

As árvores ficam douradas, alaranjadas, avermelhadas, as folhas começam a cair, formando um tapete colorido nos parques… coisa mais linda de se ver! Vale a pena suportar os ventos gelados para passear nos parques e admirar as paisagens outonais.

5. Os hábitos eco-friendly são a regra, não a exceção

A Dinamarca é um país bastante eco-friendly. Além do meio de transporte preferido (bicicleta) ser zero poluente, os dinamarqueses tem outros hábitos amigos do nosso planeta como regra.

Por exemplo: levar sua própria sacola ao mercado. Você não vê quase ninguém aqui pegando sacola plástica no mercado “a rodo”, como fazem os brasileiros. Primeiro, porque a sacola aqui é grandona, diferente dos saquinhos pequeninos do Brasil, então uma ou duas já bastariam; segundo, porque você tem que pagar por ela; terceiro (e mais importante), porque eles são conscientes do mal que isso causa. Já está enraizado na cultura deles ser gentil com o nosso querido planeta. Não é mais uma exceção, um caso digno de destaque; é a regra. E deveria ser assim em qualquer lugar, não é mesmo?

Além de gerar de menos lixo, outro hábito que merece destaque também por ser a regra é a reciclagem. Em todos os prédios residenciais em que estive, notei que a separação do lixo é feita como padrão, e aparentemente os moradores colaboram pra valer. Até mesmo quando o lixo reciclável tem de ser levado a um local externo (o que por si só já viraria desculpa para muita gente não separá-lo), as pessoas de fato levam. Ao conversar também com alguns dinamarqueses, notei sua real preocupação em fazer a separação de forma correta. E isso é lindo!

Reciclagem é tão levada a sério por aqui que nos mercados eles têm um sistema de retorno de latas e garrafas PET que te paga para isso! Você ajuda o meio ambiente e ainda recupera parte do que gastou na compra daqueles produtos. A saber: lata = 1 kr; PET pequena = 1,50 kr; PET grande = 3 kr. Sucesso! 

6. Existe uma comunidade alternativa e legalize

No meio da cidade de Copenhague vive Christiania, uma comunidade independente, com leis próprias, fundada na década de 1970 por hippies e outros ativistas numa área militar abandonada.

Para o delírio da galera, a comercialização e o consumo da maconha são liberados por lá. Mas quem não é apreciador da bendita erva () também curte bastante o lugar. Tem muita gente do bem praticando o Deboísmo: apreciando a vista no lago, tomando uma cerveja ou um chocolate quente, batendo um bom papo, curtindo uma música, comendo uma comida orgânica natureba… é realmente um lugar delícia com uma atmosfera diferente!

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7. Design e arquitetura são pontos fortes

A Escandinávia já é bem conhecida por seu design peculiar. Até eu, que não entendo nada do assunto, meio que já tinha ouvido falar nisso. E chegando aqui, logo se notam os prédios diferentões. É algo que chama a atenção mesmo, especialmente nas zonas residenciais mais afastadas do centro, com construções mais recentes. A gente vê desde o prédio fofo-gracinha até o moderno-bizarro.

O curioso é que essa variedade no desenho dos edifícios ocorre até mesmo quando são de autoria do mesmo arquiteto, como é o caso das obras do famoso Bjarke Ingels.

O gosto pelo design se estende também aos ambientes internos e objetos domésticos. Tive oportunidade de visitar o Designmuseum Danmark recentemente e descobri que a Dinamarca sofreu bastante influência do Japão (!). Quem diria, né? Eu não. Não fazia ideia! E desta relação destacam-se os conceitos de simplicidade, minimalismo, natureza (uso de materiais naturais, estampas e padrões que lembram natureza), móveis baixos, ambientes aconchegantes… ao que tudo indica, tudo isso faz parte hoje do Danish way of living.

Copenhagen - Denmark - 7 Cantos do Mundo

Hvitfeldt Kaffe exibindo seu charme minimalista

8. O transporte público é excelente

Sabe a estação Sé às seis da tarde em São Paulo?? O metrô aqui é igualzinho, só que ao contrário! 😀 Pegar o metrô ou trem aqui nos horários de pico são tipo um domingo em Sampa!

Sério, aqui tem até espaço demais pra pouca gente. E digo isso literalmente, pois a cidade de Copenhague tem cerca de 500 mil habitantes apenas. Difícil acreditar que se trata da capital do país, né?

Copenhagen - Denmark - 7 Cantos do Mundo

O metrô é 24/7 e não tem motorista!

Bom, fato é que o transporte público funciona lindamente por aqui. Metrô, trem, ônibus – todos com qualidade, conforto (você consegue sentar facilmente em todos eles!) e são 24/7 (todos os dias, sem parar).

9. Aqui pedestre tem vez, e bicicleta é levada a sério!

Não bastasse a lindeza que é o transporte público dinamarquês, Copenhague liderou em 2015 e 2016 o ranking das cidades mais bike-friendly do mundo! O povo aqui é fã de carteirinha da magrela. De fato, há mais bicicletas do que habitantes, acredita?

A cidade é completamente planejada para ser percorrida de bicicleta. Tem ciclofaixas, semáforos separados (é menorzinho que o de carros), e até regras e sinalizações própria: você precisa avisar que vai virar para esquerda/direita, ou parar, usando sinais com as mãos. E ai de você se você não avisar! Eles ficam bravos!

Copenhagen - Denmark - 7 Cantos do Mundo

Pedestres, motoristas e ciclistas convivem em harmonia e respeito

Tem homem (inclusive engravatado), mulher (até mesmo de salto), criança, jovens, idosos, com cachorro, com bebê, com compras, no frio, na chuva… eles não tem preguiça nem desculpa não! Pegam a bike e vão mesmo!

Por fim, você enquanto pedestre não precisa esperar 30 minutos pra atravessar uma rua na faixa, e tampouco lançar um olhar suplicante aos motoristas de peloamordedeusdeixaeuatravessar. Eles simplesmente param ao ver alguém na faixa com intenção de atravessar a rua. Simples assim (viu, motoristas brasileiros? É assim que se faz).

10. Os dinamarqueses são super atléticos!

Além de usar a bike como principal meio de transporte, os dinamarqueses estão sempre correndo na rua, faça frio ou faça muito frio (porque aqui são essas as opções hehe). Mas é sério, eles não têm frescura não. Maior “friaca”, chuviscando, e o pessoal mandando ver na corrida! Até porque, se a gente usar aqui o frio como desculpa para não fazer exercício, a gente não faz nunca! 😀

Copenhagen - Denmark - 7 Cantos do Mundo

Eu tentando ser atlética como os dinamarqueses 😛

Estou curiosa para saber como é no inverno, quando houver neve no chão e temperaturas negativas… aguardemos!

11. Copenhague é uma cidade muito verde! 

Acredito que isso não seja exclusividade da Dinamarca, é claro. Mas em Copenhague tem bastantes parques mesmo! Não encontrei informações oficiais, mas parece que existe uma lei de que é obrigatório haver um parque a no máximo 15 minutos de distâncias de todos os cidadãos, algo assim. Logo, a cidade é lotada de parques em todos os lugares. Você está andando distraído e, de repente, pá! Tropeça e cai num parque.

E com eles vem os animais. O que mais tem por aqui são patos, cisnes, gaivotas e corvos. Sim, muitos corvos! É muito comum você andar na rua ou em um parque e ouvir aquele grasnar típico de filmes de terror, quando os personagens estão andando na floresta fria e escura e encontram uma mansão mal assombrada (sabe do que eu to falando? haha).

Então aqui é uma cidade grande (“grande”) mas com bastante natureza mesclada à área urbana.

12. Os dinamarqueses ocupam mais espaço do que precisariam…

Esta me surpreendeu pra valer! Os dinamarqueses têm uma mania estranha, que se contrapõe à sua personalidade educada e simpática: eles muitas vezes não desviam sua trajetória ao caminhar na rua, mesmo que você esteja no caminho (você que saia!), e portanto esbarram em você com muita frequência – e a maioria nem se dá ao trabalho de virar e pedir desculpas.

Eles também ocupam muito espaço, fechando a passagem, quando estão em locais públicos apertados (exemplo: loja). Aí você quer passar, eles olham pra você, mas não se incomodam em dar licença. Apenas ficam lá, e você tem de esperar eles resolverem sair para poder passar.

Bizarro isso, né? Claro que isso não é generalizado, o tempo todo em todo lugar; mas aconteceu vezes e em lugares suficientes para chamar a atenção e vermos como um padrão. Estranho!

13. Os pais cuidam dos filhos pra valer!

Aqui é muito (muito) mais comum ver pais carregando os filhos bebês do que as mães. Passeando no parque, tomando um café, ou até mesmo correndo (!), eles estão sempre com o carrinho do filhote. É a coisa mais fofa de se ver! Isso aí, papais, representando!

Fora que no trabalho eles respeitam pra caramba a relação familiar, então se o cara tem um compromisso na escola do filho ou qualquer outra coisa que seja importante para a família, ele tem o aval da empresa para sair mais cedo numa boa. É bem interessante essa relação trabalho x família aqui!

14. Só não come bem quem não quer

Copenhague é uma cidade muito internacional, então você encontra comidas típicas de vários lugares, tanto em restaurantes como em quiosques. Não frequentamos tantos restaurantes, mas os poucos que fomos recomendamos super! Bom, com exceção de um restaurante chinês sem vergonha (que eu ainda vou lembrar o nome) 😛

Vou passar algumas dicas de onde comer em um outro post, fique ligado! 😉

Quanto à comida de rua, as mais comuns são kebab/shawarma, box de comida chinesa/tailandesa, crepe, e o super gostoso hot dog Danish (com picles e cebolas fritas e mostarda, hummm). No centro, você encontra desses quiosques em qualquer lugar, mas o melhor lugar para comer street food é o Papirøen, uma antiga fábrica de papel que foi transformada basicamente em um mercado de food trucks. Tem comida do mundo inteiro, inclusive do Brasil 🙂 É uma parada obrigatória aos visitantes!

Finalmente, sobre cozinhar em casa (o que é obviamente mais econômico e, portanto, o que mais temos feito por aqui): há uma variedade enorme de frutas e vegetais no mercado. Eu não botei fé de que haveria tanta coisa por aqui. E os vegetais são lindos! Dá gosto de comprá-los e cozinhá-los. E o melhor: é (praticamente) tudo orgânico! Pra quem não vive sem, tem bastante opção de carnes também, e não são ridiculamente caras (não que sejam baratas, eu só achei que haveria menos opções e que fossem custar os olhos da cara).

Estas foram minhas primeiras impressões. Por enquanto, tudo certo por aqui. Estou com um pressentimento de que a Dinamarca vai ser uma grande professora, muito sábia, em nossas vidas. Aguardem cenas dos próximos capítulos! 🙂

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Laura Sette

Paulistana, leonina, Manifestadora Esplênica 3/5 e a doida do autoconhecimento. Comecei a viajar e não quis parar mais! Já morei em 5 países. Acredito que a vida é muito mais do que viver em um único lugar para pagar boletos. Em 2016, saí da Matrix e vivo no fluxo por aí. Viajo, escrevo, me expresso como der na telha e levo a vida com bom humor. Troquei uma carreira corporativa para viver uma vida mais autêntica e explorar os 7 Cantos do Mundo! Vamos juntos?

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