A Praia do Sono é um destino ideal para quem busca simplicidade, contato com a natureza e fuga das aglomerações.
Você já ouviu falar na Praia do Sono? Ela fica entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), pertinho de Trindade. Ela é acessível somente por trilha ou barco, então você já pode imaginar que não é muita gente que tem disposição para ir até lá, né?
Por isso, a Praia do Sono é praticamente deserta, sendo um destino ideal para fugir de aglomerações e, é claro, ter muito contato com o silêncio e a natureza!
Este pequeno guia vai te contar tudo o que você precisa saber para conhecer este pedacinho de paraíso chamado Praia do Sono!
Guia da Praia do Sono
Clique na caixinha no canto superior esquerdo do mapa para abrir a legenda 🙂
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- Quando ir
- Como chegar
- Quanto tempo ficar
- Vale a pena fazer só um bate e volta?
- Onde ficar
- O que levar
- Quanto custa
- O que fazer
- Bom saber
Referências dos valores aqui citados: janeiro de 2021.
1. Quando ir
A vantagem de morar em um país tropical é que dá para curtir praia o ano todo. Sendo assim, eu sempre recomendo viajar fora de temporada de férias escolares, por exemplo.
A desvantagem de morar em um país tropical é que no verão chove muito! E nessa região de Mata Atlântica chove muito mesmo! Lembrando que a Praia do Sono fica coladinha em Ubatuba, mais conhecida como “Ubachuva”. hehehe
Portanto, se você puder evitar os meses de dezembro a fevereiro, você certamente terá menos dias de chuva e a praia mais vazia.
2. Como chegar
Você primeiro precisa chegar à região de Paraty. Do centro de Paraty, você pode pegar um ônibus local, que sai da rodoviária sentido Vila do Oratório (o bilhete custa R$ 5,00). Desça em Laranjeiras (um condomínio privado).
Se você estiver com veículo próprio, você pode ir diretamente a Laranjeiras e parar o carro/moto ali – claro que vão te cobrar, mas acabei não descobrindo quanto sai.
A partir deste ponto, você tem duas opções para chegar à Praia do Sono: trilha ou barco.
Por trilha
A trilha para a Praia do Sono é relativamente tranquila. São 3 km com um desnível de pouco mais de 100 metros. É basicamente uma subida e uma descida. Se você não estiver com muito peso e a trilha estiver relativamente seca, você consegue fazer o percurso em cerca de 1 hora.
Se as condições estiverem menos favoráveis, você pode demorar um pouco mais. Fui agora no final de dezembro, havia chovido muito nos dias anteriores e a trilha estava muito molhada, com muitos trechos com muita lama escorregadia. Demoramos 1h40min.
O acesso à trilha é gratuito e ela é bem marcada. Não há chance de se perder. De qualquer forma, gravei o tracklog e deixei disponível para você seguir no Wikiloc – veja abaixo.
Tracklog do Wikiloc
Por barco
Na mesma praça onde você desce do ônibus/para o carro, você precisa pegar uma van (gratuita) na entrada do condomínio Laranjeiras, que vai te deixar em um píer. Esse trajeto dura cerca de 10 minutos.
Ali, você pega um bote – vão de 2 a 4 pessoas por vez, dependendo da quantidade de bagagem. O trajeto em barco dura cerca de 10 minutos e custa R$ 50 por pessoa por trecho. Alguns barqueiros aceitam cartão, mas podem cobrar uma taxa por isso, ficando R$ 52.
Atenção: se você teve a brilhante ideia de deixar um amiguinho ir com todas as malas/mochilas/coolers/cachorro/papagaio do grupo para dividir o valor do barco, enquanto todos os outros vão de graça pela trilha, saiba que os barqueiros já estão espertos e permitem apenas uma bagagem por pessoa (exemplo:1 mochila + 1 acessório).
3. Quanto tempo ficar?
Quanto tempo ficar na Praia do Sono é uma questão bastante pessoal. Depende do quanto você gosta de ficar “de boas”, fazendo “vários nadas”, curtindo o silêncio, a natureza, um bom papo, ler, meditar, tocar violão na fogueira, ver estrelas, praticamente sem internet. Deixando o tempo passar no tempo dele. Vivendo no kairós, e não no chronos.
Se você é desse time do slow travelling/slow living (que é o meu), você pode ficar 2 ou 20 dias na Praia do Sono! 😂
4. Vale a pena fazer só um bate e volta?
Eu recomendo muito que você durma pelo menos algumas noites na Praia do Sono. Só assim para curtir de verdade a paz, o silêncio e a natureza que esse cantinho tão especial oferece. Além da própria praia, você pode também fazer outros passeios curtos a partir dali, conforme comento mais abaixo.
Agora, se a dúvida é entre fazer um bate e volta à Praia do Sono (ir e voltar no mesmo dia) e não ir at all, eu digo: vá. Saia cedinho de Paraty (ou de onde estiver por ali) e aproveite o dia por lá.
Se for voltar de trilha, saia com tempo suficiente para fazer a caminhada com luz do dia, lembrando que a maior parte da trilha é dentro da mata, que já tem naturalmente menos luz.
Se for voltar de barco, eles saem até as 18h (no verão, pelo menos). Recomendo perguntar aos barqueiros assim que chegar para não vacilar. Claro, a saída dos barcos depende também (e principalmente) das condições do mar no dia, então sempre pergunte aos locais.
5. Onde ficar
Há diversas opções de campings na Praia do Sono, além de alguns chalés simples e algumas casas maiores.
Se você, assim como eu, vai no modo mochileiro-econômico, você vai preferir ficar em camping. Eu recomendo de olhos fechados o Camping Caiçara! É o maior camping da praia, funcionando há mais de 24 anos.
Os donos Levy (Júnior) e sua esposa Quelíbia recebem todos com muito carinho. A localização é excelente: de frente à praia, praticamente pé na areia. E importante: longe do rio, que em época de chuvas enche!
A estrutura é ótima: tem chuveiro com água quente (nem todos têm) com aquecimento a gás (isso é importante, já que a luz acaba com alguma frequência na praia). A cozinha é grande, toda equipada e possui dois fogões.
A área externa é praticamente toda de gramado, o que ajuda com a limpeza da sua barraca. Além disso, eles possuem “tendas” de lona, sob as quais você coloca a sua barraca, para proteger das fortes chuvas de verão.
Eles não estão no Booking, então a reserva deve ser feita diretamente pelo WhatsApp: +55 24 99954-4600 | Instagram: @caicara.camping
Se você optar por outro camping e for no verão, recomendo verificar se o local onde você vai ficar oferece uma estrutura de lona para proteger a sua barraca das chuvas fortes.
Ah, certifique-se também de que você não estará muito perto do rio que corre ali atrás, pois ele pode subir em dias de chuva intensa – isso aconteceu nos dias em que eu estive lá, no Réveillon 2020-2021, e muita gente perdeu suas coisas.
6. O que levar
Como o camping possui cozinha equipada, você não precisa se preocupar em levar utensílios para cozinhar, nem fogareiro e gás.
O que você sim precisa levar é:
- Barraca
- Colchonete/isolante térmico
- Saco de dormir leve (se for outra época que não no verão) ou um lençol/manta leve/liner (se for no alto verão)
- Comida (caso você queira cozinhar no camping/chalé)
- Protetor solar
- Repelente (!!!)
- Remédios básicos: antialérgico, analgésico, anti-inflamatório, soro fisiológico etc (lá não há farmácia)
Caso você precise de algum item para complementar o seu rango, existe um pequeno mercadinho na praia. Mas não vá esperando uma enorme variedade de produtos, tampouco um preço baixo. É só para o caso de uma emergência mesmo, ou se você estiver sentindo muita falta de comer frutas, por exemplo.
7. Quanto custa
Os campings variam de R$ 30 a 50 a diária. Lembre-se de levar em conta a localização, se há banho quente, equipamentos de cozinha etc na hora de escolher sua hospedagem.
Os PFs variam de R$ 25 a R$ 45. Há opções de lanches e pastéis por R$ 15-20, e pratos mais caros (com frutos do mar, por exemplo) a uma média de R$ 140 para 2 pessoas.
Dica: alguns PFs são grandes e podem ser divididos entre duas pessoas que não comem muito. Eu dividi vários com a Nanda (@a.jornanda) e deu super certo!
O açaí custa a partir de R$ 10 (250 ml) + R$ 2,00 por complemento, chegando a custar R$ 20. A exceção é o Delícias da Lu, na rua à direita da igreja (com o mar às suas costas), passando a ponte. Ali, o açaí pequeno custa R$ 8,00 já com 3 complementos!
Cervejas básicas (Skol, Brahma) custam R$ 7 a lata, e as longnecks custam de R$ 10 a 12. Caipirinhas custam em torno de R$ 20, e a água de coco, R$ 10.
8. O que fazer
Curtir o silêncio, tomar banho de mar verde e transparente, fazer vários nadas, comer um peixinho, açaí, pastel de camarão, tocar violão, fazer um luau com fogueira, ler, meditar, bater papo, ficar offline.
Quando você cansar de fazer tudo isso – se é que isso é possível – você pode explorar um pouco a região.
Poço do Jacaré
O Poço do Jacaré é uma pequena cachoeira com um pequeno poço para banho localizado a cerca de 1 km da igreja da Praia do Sono. Olhando para a igreja com o mar às suas costas, pegue a rua da direita, passe a ponte e siga sempre em frente. Não tem como errar.
Acabei não tirando fotos pois fui embaixo de chuva, sorry! Mas está devidamente marcado no mapinha no início do post 🙂
Mirante da Praia do Sono
Eu diria que o mirante é um atrativo imperdível da Praia do Sono. Não deixe de subir! O acesso é bem fácil: basta ir até o canto esquerdo da praia (olhando para o mar), cruzar o rio e seguir a plaquinha que diz “Praia de Antigos”. A trilha é bem marcada, havia até uma escadinha de madeira para ajudar na subida.
São apenas 400 metros até o mirante, o trajeto deve durar uns 20 minutos em ritmo tranquilo. Daí você chega ao melhor lugar do mundo: aqui e agora! 🙂
Praia de Antigos
Após o mirante, se você continuar nessa mesma trilha por mais 600 metros você chega à Praia de Antigos: linda, totalmente deserta e com um banho de mar delicioso!
Praia de Antiguinhos
Continuando pelo canto esquerdo da Praia de Antigos por mais 2 minutos, você chega à Praia de Antiguinhos, uma praia bem pequenina e, claro, deserta. Veja-a no mapa (do tracklog e do Google Maps).
Tracklog do mirante + Antigos
As demais praias – como a da Ponta Negra – são mais distantes. Neste caso, para conhecer várias praias, recomendo fazer a fazer a Travessia da Ponta da Juatinga. São 4 dias de trilha, começando em Pouso da Cajaíba e terminando na Praia do Sono – ou seja, no sentido contrário das trilhas que acabei de recomendar.
Fiz essa travessia em 2016 com a Mantra Adventure (agência parceira do blog) e é apenas maravilhosa! Recomendo demais! Seguidores do blog têm desconto com a Mantra, fale com a Laila 😉
Além de outras praias, outro atrativo muito buscado na região é a Cachoeira do Saco Bravo, que termina diretamente no mar, formando uma piscina natural de borda infinita. Maravilhosa!
Porém, ela já fica um pouco mais distante da Praia do Sono e o trajeto é mais puxado: são 8 km só de ida. O ideal seria visitá-la ao fazer a travessia, ou então sair bem cedo do Sono para dar tempo de chegar, curtir e voltar ainda com luz.
9. É bom saber
Internet é luxo
Sinal de celular é escasso por lá. A Vivo até pega, se a praia não estiver muito cheia, mas precariamente e apenas perto do mar. Não espere poder usar o celular para coisas mais pesadas e complexas!
Wi-fi também é luxo. Os campings e bares que possuem internet vendem a hora a R$ 10 ou 20 minutos a R$ 5. Então recomendo ir para lá com os boletos agendados e sem compromissos importantes pendentes.
Sabe aquela foto babado do nômade digital “aqui de boas trabalhando da praia”? Esquece. Não é na Praia do Sono que você vai fazê-la. 😆
Aceitam cartão?
O cartão, tanto débito quanto crédito, é geralmente bem aceito na Praia do Sono. Às vezes, acontece de não ter sinal, principalmente em época de chuvas e quando a praia está muito cheia. Mas em geral funciona bem – os campings e restaurantes costumam ter um wi-fi só para isso, que eles não compartilham com os clientes.
De qualquer forma, não deixe de levar uma quantia em dinheiro. É sempre bom – e lá obviamente não tem caixa eletrônico.
Mercadinho
Eu me surpreendi ao descobrir que (pelo menos no verão) existe um mercado na Praia do Sono! Claro, é pequeno, com pouca variedade de produtos e preços superfaturados. Mas existe! Eles vendem alguns produtos básicos e frutas.
E aí, ficou com vontade de conhecer esse pedacinho de paraíso chamado Praia do Sono?
Aproveita para assistir um vídeo que postei no IGTV! 😀
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