Retrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo

Comecei a escrever algumas palavras sobre a minha retrospectiva 2019, mais como um desabafo pra mim mesma, nas notas do celular, e pensei: isso dá um post no Instagram. Porém, a coisa fluiu, e o texto ficou muito grande para aquela rede social. Resolvi, então, colocá-lo aqui no blog.

Bem vindo à minha vida de 2019!

Retrospectiva 2019

Janeiro

Eu comecei o ano em depressão, com ataques de pânico. Pouca gente sabe disso. Eu estava completamente perdida, sem saber quem eu era e o que queria fazer da minha vida.

Vida? Que vida? Eu me olhava no espelho e não via vida em mim. Eu não me reconhecia. Os fatores que me levaram a esse estado são complexos e dignos de várias sessões no divã. Poupa-los-ei dos detalhes.

Fevereiro

Estava com viagem marcada ao Brasil em fevereiro e pensei que apenas por estar perto da família eu me curaria. Ledo engano. Houve sensação de carinho e conforto, é verdade, mas eu precisava de um remédio muito mais profundo.

Tinha visto que a Viagem Vivencial da Cris Marques (@raizesdomundo) aconteceria na época em que eu estaria no Brasil na Chapada dos Veadeiros, e tinha vontade de ir. Mas tinha medo também. E estava sem dinheiro. Minha mente começou a criar mais a mais desculpas para eu não sair da minha zona de conforto.

Mas faltando poucos dias para a viagem, senti um chamado e resolvi ir. “Depois eu resolvo”, pensei. Foi o início da transformação.

Resumindo (muito) a experiência, foi um grande abraço energético de mulheres-irmãs. Elas me pegaram no colo. Ninaram a minha criança assustada e me deram forças para me enxergar e me amar novamente. Voltei já claramente transformada. Com uma sensação de despertar. Como se eu realmente tivesse acabado de acordar de uma longa noite de sono agitado.

Reatrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo
Algumas das mulheres incríveis que conheci na Viagem Vivencial em fevereiro de 2019

Oráculos tirados nas vivências já começaram a me dar sinais indicativos de quais caminhos seguir.

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Local das vivências, com o altar no centro

Março

Uma semana e pouco depois disso, quando estava indo para Capitólio-MG, recebi um e-mail com um convite deveras curioso: participar de uma blog trip com blogueiros de +20 países por 16 dias na Índia!

Tratava-se do Kerala Blog Express, uma iniciativa da Secretaria de Turismo de Kerala, na costa sudoeste da Índia, para promover a região.

O detalhe é que eu havia me inscrito para esta viagem no ano anterior apenas, e não fui selecionada na ocasião. Este ano eu não me inscrevi, e me escolheram. Seria um (enorme, gigantesco, paquidérmico) sinal do Universo dizendo “vai, minha filha, vai pra frente que a vida taí acontecendo”?

Achando que era um engano, minha mente traiçoeira quase me fez não aceitar, pensando “imagina, eu já tinha planejado essa viagem ao Brasil, como assim eu de repente vou para a Índia?”.

Pois assim de repente eu fui pra Índia.

Em 1 semana eu decidi abdicar do que ia fazer no Brasil, tirei visto pra Índia (online, saiu em menos de 24 horas), comprei passagem faltando 4 dias, arrumei mala, me despedi da minha família e fui.

E meu deus, foi uma experiência incrível!

Além de amar ter conhecido Kerala, que é uma região linda e culturalmente riquíssima, a viagem expandiu minhas concepções sobre o mundo dos blogs de viagem. Conheci tanta gente produzindo conteúdo das mais diversas formas, com qualidade, e – o mais importante – vivendo (e vivendo bem) disso!

Vi, na prática (eu já sabia, mas só para não restar dúvidas mesmo), que Blogueira de Viagem é sim uma profissão, e que eu continuo querendo isso para mim.

Retrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo
As Backwaters de Kerala – Índia

Abril

Porém, eu ia de lá direto para Copenhague, e uma vontade um pouco diferente estava martelando na minha cabeça: eu queria conseguir um emprego “fora de casa”, na temporada de verão. Eu estava determinada a isso.

Retrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo
O dia em que conheci a maravilhosa Marina do @mudeiarota

Vai entender por que me deu esse siricutico logo depois de voltar da Índia, mas enfim. Eu só sei que estava com a necessidade de ir pra rua, ver gente, falar, me relacionar, me desafiar. Eu andava muito solitária no meu trabalho com o blog.

Poucos dias depois de chegar a CPH, no início de abril, conheci a maravilhosa e sabática Marina (@mudeiarota). Além de compartilhar uma história e uma energia incríveis, ela também compartilhou comigo um emprego 😛

Ela havia sido chamada, mas resolveu aceitar outro e me “repassou” esse (quantas vezes mais posso te agradecer, mana? 🤎)

Resultado: em 1 semana de volta a CPH, estava empregada.

O emprego: vendedora de ticket de ônibus turístico Hop-On Hop-Off. Aquele bus que faz city tour e você pode subir e descer quantas vezes quiser, sabe? Um trabalho visto por muitos adultos como um “trabalho temporário para estudantes enquanto não se formam e encontram coisa melhor”.

Eu achei o máximo! Fiz novos amigos, pratiquei todas as línguas que falo – e as que não falo também –, desenvolvi habilidades de venda e interpessoais, dentre tantos outros ganhos. Fui muito feliz nos 6 meses que trabalhei ali.

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A “tia” do Hop-On Hop-Off 😛

E workaholic também. Porque além deste trabalho, eu criei o meu próprio negócio de Walking Tour para brasileiros. Comecei timidamente em 2018, e em 2019 a coisa fluiu. Amei o trabalho e fiquei muito contente com os excelentes feedbacks que tive! 🙂

Resultado disso: eu trabalhava 7 dias por semana 😅 Tive pouquíssimos days off nesses 6-7 meses. E, por consequência também, nesse período fiz poucas viagens: apenas duas, para ser mais exato. Porém, foram viagens “bem feitas” (hehehe).

Junho

Em junho, fomos para as Dolomitas, uma cadeia montanhosa no norte da Itália, um lugar incrível sensacionálico. Em breve, publicarei aqui no blog o nosso roteiro de 5 dias pela região.

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Lago di Sorapis e seu azul incrível, sem filtro – Dolomitas – Itália

Julho

Em julho, e fui convidada para outra blog trip, dessa vez na Romênia. Eram duas viagens dentro de uma: o Experience Bucharest e o Experience Romania, duas iniciativas privadas de um casal empreendedor (que foi premiado) para promover o turismo no país.

Foi minha segunda vez na Romênia, e gostei demais! É um país bonito, seguro, barato, de boa comida, pessoas legais e uma história rica (e também dura) para contar. Recomendo demais!

Aproveite e me siga no Instagram 🙂

Outubro

Minha viagem seguinte foi para o Brasil em outubro, por conta de um casamento na família. Acontece que voltar para passar o inverno na Dinamarca era algo que não me animava. Eu fico realmente mal no inverno de lá! Seria o meu quarto seguido, e no ano passado, no auge da minha depressão e desespero, eu havia me prometido que aquele seria o último.

E também, depois de 7 meses intensos de trabalho, eu merecia um respiro.

Novembro & Dezembro

Após um mês de descanso e família, estava na hora de botar a mochila nas costas. Planejei uma viagem de 1 mês para a Argentina, com foco na Patagônia – porque fiz muitos amigos argentinos esse ano na Dinamarca ou porque a Patagônia já era um sonho antigo meu, fique com qual quiser.

Eu estava com medo. Me sentia enferrujada para viajar, se é que isso existe. Estava me sabotando, dizendo que eu gostava mesmo era de ficar de boas em casa vendo Netflix e lendo, e que estava bom assim. Fazia tempo que não viajava sozinha. A ansiedade estava batendo.

O fato de eu me sentir assim em relação à minha viagem era exatamente o motivo pelo qual eu precisava fazer esta viagem! Acho que no fundo eu tinha medo era do reencontro comigo mesma. De qual seria a conta que eu me entregaria ali na frente. De que aspecto meu havia sido renegado nos últimos tempos. Quem seria essa nova Laura afinal?

Este ano, eu me resgatei da lama e me enfiei num ciclo caótico e quase automático de trabalho e vida social. O que foi ótimo! Eu estava mesmo precisando daquilo.

Mas eu me descuidei em outros aspectos importantes: meu corpo, minha mente, meu espírito. Isso ficou negligenciado quase por completo. Acho que resolvi começar a me resolver pelos aspectos práticos.

Mas agora, percebo, é o momento de prosseguir nessa jornada de cura. Digamos que eu cheguei até a metade do caminho desta curva ascendente. Mas ainda não estou lá.

Reatrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo
Eu me sentindo super eu no Fitz Roy, em El Chaltén, Patagônia, Argentina 🙂

Essa viagem à Argentina foi extremamente importante para me fazer dar tempo ao tempo, me perder no tempo, ter momentos de silêncio e conexão com a natureza. De “sair da ilha para ver a ilha”, como já dizia Saramago. De me enxergar novamente em mim. De ver a Laura de novo. A nova Laura. De me ver “vestindo o meu corpo”, de sentir minha alma leve, de sentir auto amor, de me amar.

De lembrar do colo que ganhei daquelas mulheres-irmãs em fevereiro, e de como essa energia veio comigo. De entender que este é o momento de eu me pegar no colo, de eu acolher a minha criança assustada e confortá-la. De permitir que ela sinta medo, que ela chore, que ela ame e seja amada, que ela brinque e sorria, que ela seja sempre autêntica e verdadeira. De viver o caos que é essa coisa chamada VIDA!

Este ano foi um ano muito louco e transformador para mim. Cada pessoa com quem cruzei deixou sua contribuição. E cada situação que vivi, por mais deliciosa ou dolorosa que tenha sido, me serviu para me trazer até aqui. Mais consciente de mim, mais madura, mais gentil e mais forte. E por tudo isso eu sou imensamente grata!

Então isso quer dizer que estou curada e bem resolvida? Não, longe disso. É tudo um processo e, como tal, tem seus altos e baixos. Mas posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que a curva, na visão macro, é ascendente. Que tenho mais certezas sobre algumas questões importantes, que me conheço e me amo muito melhor do que 1 ano atrás. Que quando a gente se abre para o fluxo do Universo, a gente começa a viver em direção à máxima potência da nossa existência. E que não devemos querer e aceitar menos do que isso.

2019, obrigada por tanto!

Retrospectiva 2019 - Laura Sette - 7 Cantos do Mundo

Esse é o resumo da minha retrospectiva 2019. Sem dramas nem floreios, com verdade e coração.

Como foi o seu 2019? O que você aprendeu de mais importante? Você também passou por uma grande transformação? Conta pra mim aqui nos comentários ou lá no meu Instagram!


Obrigada ao meu parceiro de tantos anos, @alexanmtz, por tantas vezes cuidar de mim, obrigada às minhas amigas lindas e mulheres-irmãs que, de perto ou de longe, sempre estiveram ali e me acolheram, e obrigada família pelo amor incondicional e apoio de sempre ❤️

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Laura Sette

Paulistana, leonina, Manifestadora Esplênica 3/5 e a doida do autoconhecimento. Comecei a viajar e não quis parar mais! Já morei em 5 países. Acredito que a vida é muito mais do que viver em um único lugar para pagar boletos. Em 2016, saí da Matrix e vivo no fluxo por aí. Viajo, escrevo, me expresso como der na telha e levo a vida com bom humor. Troquei uma carreira corporativa para viver uma vida mais autêntica e explorar os 7 Cantos do Mundo! Vamos juntos?

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