Parque Nacional dos Lagos Plitvice - Croácia - 7 Cantos do Mundo

Um sonho que se tornou realidade

(mas que ainda parece um sonho)

Fazia alguns (poucos) anos que eu sonhava em conhecer o Parque Nacional dos Lagos Plitvice, na Croácia. Desde que soube de sua existência, em um mundo de hashtags e algoritmos de redes sociais cada vez mais intenso, este lugar começou a me “perseguir”. Vira e mexe, ele aparecia para mim: “Olha eu aqui! Você não vai vir me conhecer?”

Porém, não tendo planos de ir à Europa em um futuro próximo, pensei que seria daqueles desejos que “um dia eu realizo”. Esse “um dia” sendo sabe-se lá deus quando, sem nenhuma previsão real. Sabe como é, né?

Maaaas, com a reviravolta que minha vida sofreu desde que nos mudamos para a Dinamarca, este sonho pareceu um pouco mais realizável no curto a médio prazo. Pensei: agora, vai ter que dar!

(Essa, creio, é a principal vantagem de morar na Europa: poder ir “logo ali” em outro país em um fim de semana ou feriado).

Qual não foi a minha alegria quando meu digníssimo, na calada de uma fria noite de janeiro, comprou passagens de surpresa para o mês de maio seguinte. Destino: Croácia. E foi assim que realizei meu sonho: conhecemos, enfim, o Plitvice! 💚

Roteiro de dois dias no Parque Plitvice

(que viraram quatro)

Como queríamos conhecer bem o parque, resolvemos pegar o ingresso de 2 dias.

Porém, como todo lugar-lindo-de-morrer-em-meio-à-natureza, o Plitvice fica mais isolado da civilização. Saindo de Copenhague, pegamos um vôo até Viena, outro até Zagreb, onde alugamos um carro (pela Rentcars, nosso parceiro do blog) e dirigimos até a região do parque (cerca de 140 km).

Ou seja, foi necessário um dia inteiro só para chegar até lá (saímos de casa às 5h da manhã, e chegamos à pousada somente às 20h). E outro para voltar, claro. Assim, para ter dois dias inteiros no parque, são necessários quatro dias no total – não obrigatoriamente, mas idealmente, para não ser muito na correria.

OBS: Hospedamo-nos em uma pousadinha fofa que alugamos pelo Booking (também parceiro do blog), a apenas 3 km da entrada 3, e cerca de 6-7 km da entrada 1 (principal). Foi ótimo! Leia o review completo dela aqui.

Bom, agora sim começamos o roteiro no Plitivice em si. Vamos a ele!

DIA 1 – Trilha C (e parte da K)

Mapa do parque. Destaquei em vermelho as entradas (1, 2 e 3), estações de trem (St1, St2 e St3) e pontos de parada do barco (P1, P2 e P3)

No primeiro dia, entramos pela Entrada 1 (principal) e optamos por fazer a trilha C, que tem 8 km em extensão total, e duração estimada de 4 a 6 horas. No fim, acabamos fazendo um misto da trilha C com a K, o que deu um total de 12 km e 9 horas de passeio!

As trilhas C e K cobrem, ambas, basicamente o parque todo. Principais diferenças:

Trilha C – Vai próxima aos lagos praticamente o tempo todo. Na maior parte do tempo, anda-se sobre os caminhos de madeira. Tem um trecho em barco e um em trem (incluídos no ingresso). Extensão: 8 km | Duração aproximada: 4 a 6 horas.

Trilha C. Trecho a pé traçado em vermelho, em barco (P3 a P2) em roxo, e em trem (St3 a St1) em verde.

Trilha K – É percorrida toda a pé (com exceção de uma mini-travessia de barco de uma parte estreita do lago – da P2 à P1), e se afasta das margens dos lagos por um bom trecho, onde a mata é bem mais fechada. Ela sobe montanhas, que proporcionam belas vistas panorâmicas. Caminha-se bastante por trilhas de verdade (na terra mesmo), com direito a barro e tudo 😀
Extensão: 18,3 km | Duração aproximada: 6 a 8 horas.

Trilha K traçada em vermelho. Note que ela é percorrida praticamente 100% a pé (com exceção da travessia de P2 a P1).

Começando

A entrada 1 fica na parte alta do parque. Assim que passamos a bilheteria, já nos deparamos com um mirante com uma vista magnífica.

Foto: Alexandre Magno

Seguimos um pouco na parte alta, beirando o paredão de pedra, e logo a trilha desce para o primeiro grande lago. A cor dele é quase inacreditável!

O primeiro grande lago que vemos de perto ao descer da entrada 1 | Foto: Alexandre Magno

Descendo para os lagos, Big Waterfall à direita | Foto: Laura Sette

Ao atravessá-lo, podemos dar um pulo rápido na Big Waterfall (Grande Cachoeira), à direita. É bem lindona!

Big Waterfall | Foto: Alexandre Magno

Voltando e pegando o caminho da esquerda, fomos seguindo pelas margens dos grandes lagos. Era um ângulo mais maravilhoso que o outro!

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Foto: Alexandre Magno

Os lagos se estreitaram, e começaram a aparecer então as primeiras cachoeirinhas.

Foto: Alexandre Magno

Antes de começar a subir por elas, porém, demos outra escapulida (desta vez, à esquerda), para adentrar uma grande caverna. Se você subir por dentro dela, sairá na parte alta, no caminho de volta para a entrada 1.

Caverna devidamente explorada, seguimos caminho rio acima. Não tinha como não parar a cada 3 minutos para tirar uma foto!

A cor da água é um espetáculo! | Foto: Alexandre Magno

Cachoeiras encantadas? | Foto: Alexandre Magno

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Após várias pequenas cachoeiras, vinham outros grandes lagos. E depois mais cachoeiras! A beleza não tinha fim. Como lidar? 

Foto: Alexandre Magno

P3: lanche e barco

Num certo ponto, cruzamos o lago à outra margem e, depois de alguns minutos, chegamos ao P3  – onde fica a entrada 3 do parque e o píer para pegar o barco até o P2. No P3, há banheiros e lanchonetes.

Após uma paradinha para um lanche (que nós levamos e comemos junto com os patos – eles vieram comer na nossa mão!), pegamos o barco (incluído no ingresso, basta mostrar o tíquete) até o P2, atravessando um enorme lago. A travessia dura cerca de 10-15 minutos.

Os barcos são elétricos para causar menos impactos no ambiente | Foto: Laura Sette

P2: floresta encantada e outras surpresas

Do P2, você tem a opção de pegar um outro barco até o P1 (travessia bem curta, só cruzar de uma margem à outra), onde há banheiros e uma lanchonete, além do acesso à estação de trem St2. No P2 mesmo, não há nenhum tipo de estrutura.

O píer do P2 dá nesta ponte | Foto: Alexandre Magno

Dali, seguimos pela trilha C. A mata vai ficando mais fechada em volta dos lagos e cachoeiras, e o caminho de madeira agora é praticamente o tempo todo sobre a água.

Lagos grandes, pequenos, piscinas naturais totalmente transparentes, cachoeirinhas, cachoeironas – tem para todos os gostos!

Foto: Laura Sette

Agora entramos em um dos meus cantinhos preferidos do parque! Um lugar que parece uma floresta encantada, onde vivem fadas e duendes (não encontramos nenhum por ali, pena). Eu poderia ficar o dia inteiro ali! E nós ficamos um bocado de tempo admirando, viu?!

Meu cantinho preferido do Plitvice | Foto: Laura Sette

Meu cantinho preferido do Plitvice | Foto: Alexandre Magno

Meu cantinho preferido do Plitvice | Foto: Laura Sette

Meu cantinho preferido do Plitvice | Foto: Alexandre Magno

O que é um pontinho azul… | Foto: Laura Sette

Meu cantinho preferido do Plitvice | Foto: Laura Sette

Saindo da floresta encantada, a trilha começou a subir novamente, chegando a outros grandes lagos. Ali, encontramos uma brasileira numa bifurcação, e papo vai, papo vem, nos distraímos com a nossa trilha. Quando nos demos conta, estávamos de frente com esta placa:

“Trilha alagada” | Foto: Laura Sette

As pessoas estavam fazendo um desvio, subindo o morro até a estrada e seguindo por ela até a estação St3 – onde pegaríamos o trem de volta à St1 (próxima à entrada 1). Isso significava perder uma boa porção do caminho dos lagos. E não queríamos isto, certo? Não, não queríamos.

O que fizemos, então? Tacamos o pé na água e na lama, é claro! Muito mais divertido 😀

Se a vida lhe der uma trilha alagada, enfie o pé na lama | Foto: Alexandre Magno

Confesso que cheguei a duvidar no meio da trilha alagada se aquele seria o caminho certo. Será que teriam interditado de vez aquele percurso? Será que levaria a algum lugar? Por sorte, encontramos um casal vindo no sentido contrário (o rapaz já tinha desistido de usar os sapatos por causa da água, coitado, estava andando descalço), que nos avisou que aquele caminho levava sim à estação St3.

Depois fomos descobrir que este trecho alagado pertence à trilha K. Acabamos pulando um trecho da C por causa disso – mas corrigimos isso no dia seguinte.

De qualquer modo, valeu muito a pena encharcar os pés, pois a trilha nos proporcionou (mais) belas vistas!

Uma das inúmeras belas vistas da trilha alagada (trecho da trilha K) | Foto: Alexandre Magno

Terminando a parte alagada, a trilha se afasta do lago, entra na mata e sobe, sobe, sobe. São cerca de 15 minutos até chegar à estação St3. Uma coisa que me chamava a atenção o tempo todo era como a mata estava verde! Era um verde claro muito vivo, como eu nunca havia visto antes! Estava muito, mas muito bonito mesmo!

A foto não passa metade da “verdidão” da paisagem | Foto: Laura Sette

Pegando o trem na St3 até a St1 e caminhamos cerca de 15-20 minutos até a entrada 1, onde começamos. Claro, com belíssimas vistas panorâmicas no caminho, e um sol de fim de tarde que veio nos brindar o término do passeio.

Foto: Alexandre Magno

Este foi o nosso primeiro dia no Plitvice. Ufa! Andamos bastante e vimos coisa pra caramba, né? Esse parque é lindo de viver!

 Confira o relato do segundo dia!

Como dizia Rubem Alves:

“Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo.” 

 Data da viagem: Maio de 2017.

Que tal salvar este pin para consultar mais tarde? 🙂

Outros posts da série sobre o Plitvice:

 Roteiro de 2 dias no Parque Nacional dos Lagos Plitvice – Dia 2
 FAQ – Sanando todas as dúvidas sobre o Plitvice!
Review da nossa pousada super gracinha, pertinho do parque (entrada 3) e com ótimo preço!

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Laura Sette

Paulistana, leonina, Manifestadora Esplênica 3/5 e a doida do autoconhecimento. Comecei a viajar e não quis parar mais! Já morei em 5 países. Acredito que a vida é muito mais do que viver em um único lugar para pagar boletos. Em 2016, saí da Matrix e vivo no fluxo por aí. Viajo, escrevo, me expresso como der na telha e levo a vida com bom humor. Troquei uma carreira corporativa para viver uma vida mais autêntica e explorar os 7 Cantos do Mundo! Vamos juntos?

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