Neste post, a nossa querida colaboradora Lígia compartilha o seu roteiro de 8 dias na Albânia, realizado em setembro de 2023.! Obrigada, Li! <3
Albânia? Por que? Onde fica? Como vai? O que tem pra fazer lá?
Essas foram algumas das coisas que ouvi quando disse que iria viajar para Albânia nas minhas férias de verão de 2023. Albânia é um país que fica na região dos Bálcãs e fica ali bem pertinho da Grécia. É um país ainda pouco explorado, e pelo que vi enquanto estive por lá, isso não vai durar muito tempo. Se comparando com a Croácia e Grécia, destinos de verão Europeu mais famosos, a Albânia é muito barata – mas também possui menos estrutura para turismo.
Mas afinal, por que Albânia? Minha resposta é simples: Por que não?
Como fazer esse roteiro não foi a coisa mais simples do mundo, eu pedi licença para a minha amada amiga Laura, dona deste blog, para compartilhar minhas descobertas, perrengues e claro, o roteiro que fiz nesses 8 dias na República da Albânia.
Informações úteis:
A moeda da Albânia é o lek (ALL), mas o euro é aceito em todos os lugares que eu estive
A cotação informal é 100 ALL = 1 EUR
Leve dinheiro em espécie, eu usei cartão pouquíssimas vezes
Leve um sapatinho próprio para as praias de pedra, é difícil aproveitar sem ele
Prepare a mímica, o sorriso e a boa vontade: o inglês ainda é pouco falado, mas com jeitinho tudo se acerta!
Fazer essa viagem de carro é muito mais legal, mas para quem não dirige (euzinha!), também dá pra aproveitar – e muito!
Viajei junto com uma amiga e, no geral, nos sentimos seguras. Só umas olhadas chatas – como no Brasil – mas nada que nos fizesse sentir em perigo.
Agora vamos para o roteiro!
Roteiro de 8 dias na Albânia
Dia 0
Esse dia não conta, pois saímos de Copenhague às 20h.
Saindo de Copenhague, peguei um vôo da Air Serbia, com uma escala em Belgrado, e cheguei à Albânia pelo aeroporto de Tirana. A passagem de ida e volta Copenhague – Tirana – Copenhague custou em torno de EUR 215.
Dia 1
Chegamos a Tirana nas primeiras hora do dia. Como decidimos começar a viagem pelo extremo sul do país, quase na Grécia, saímos do aeroporto de Tirana direto para o “ponto de ônibus” que nos levaria até Sarandë, nossa primeira parada. Pegamos um táxi que custou em torno de EUR 20.
A passagem de ônibus Tirana – Sarandë foi comprada pelo site Gjirafa Travel (custou em torno de EUR 17), e não tive nenhum problema! Chegando no ponto indicado – que nada mais é que um estacionamento cheio de ônibus e vans – encontrei o “guichê” da agência e troquei o ticket impresso pela passagem (bem importante ter o ticket em papel!)
Existe também a possibilidade de chegar em Sarandë pelo aeroporto de Corfu, na Grécia, e depois pegar uma balsa! Conheci algumas pessoas que fizeram esse caminho.
Aí a aventura começou: fui diretamente transportada para os anos 90. Como a Albânia só abriu para turismo em 1991, tudo ainda é bem precário. Os ônibus são antigos, com segurança duvidosa – uma grande aventura – que pra mim valeu cada segundo!
A viagem leva cerca de 5 horas, se você costuma enjoar em curvas, leve um remédio!
Chegamos em Sarandë no começo da tarde, pegamos um táxi do centro pro hotel (EUR 10) e, depois de muitas horas em trânsito, encontramos o paraíso:
Ficamos no hotel Sea Breeze Villa, uma propriedade familiar com uma praia particular linda, café da manhã incluso & bar com comes e bebes para qualquer hora. Poderia tranquilamente passar uma semana nesse hotel sem sair. No total, ficamos 2 noites em Sarandë e o valor para 2 pessoas com café da manhã foi de EUR 120.
As comidas no bar do hotel variavam entre EUR 3-6 para as entradas (salada grega, queijo feta, batata frita, etc) e EUR 9-13 os pratos principais (massas com frutos do mar, porção de friturinhas, risoto, etc.). Pagamos EUR 3 na taça de vinho branco e o mesmo pela cerveja. Na Albânia, não é seguro beber água da torneira, então estávamos sempre comprando garrafas de água e pagando em torno de EUR 0.70 em garrafas pequenas e EUR 1,50 em garrafas grandes.
Dia 2
Acordamos em Sarandë e passamos o dia na praia do hotel, afinal, férias e no final do dia fomos ao o centro da cidade dar uma explorada. Foi a primeira vez que estive em um país onde a maioria da população é muçulmana, ouvir a chamada pra reza me deixou emocionada, é muito bonito. O centro de Sarandë conta com um calçadão repleto de restaurante, bares, mercado e inclusive uma Rossmann (ótimo pra comprar um protetor solar caso tenha esquecido). Ficamos pela orla vendo o pôr-do-sol, tomamos sorvete e caminhamos de volta para o hotel.
Dia 3
Foi dia de dar tchau para o paraíso e seguir viagem!
Acordamos cedo para tomar café da manhã e ainda aproveitei para mais um mergulho antes de partir. Nosso segundo destino foi Dhërmi, que fica a 2 horas de Sarandë. Mais uma vez, vivemos a aventura de fazer o trajeto de ônibus. Compramos as passagens diretamente com a agência que fica no centro de Sarandë (veja a localização) e pagamos EUR 10.
Saímos de Sarandë às 11h30 e por volta das 14h30 chegamos a Dhërmi.
Dessa vez, o ônibus deixou a gente no meio do nada, na rodovia na entrada da cidade. Por sorte, vários táxis estavam por ali esperando os passageiros e foi fácil conseguir um para ir pro hotel. Pagamos EUR 10 pela corrida e chegamos ao Gogo’s Boutique Hotel.
Ficamos hospedadas nesse hotel por 3 noites e o valor foi de EUR 168 para duas pessoas com café da manhã. Vale dizer que o hotel é super novinho, os funcionários são muito queridos e, claro, tem vários gatos pela propriedade e eu fiquei doida querendo trazer todos comigo!
Chegamos a Dhërmi e demos uma descansada no hotel, depois fomos explorar a área. Nesse dia, eu senti saudades de ter o carro que nunca tive. O hotel fica numa área ainda em desenvolvimento (sendo sincera, Dhërmi é toda um grande canteiro de obras!), sem nada muito perto para quem está a pé. Nos perdemos procurando um restaurante, no fim voltamos para jantar no bar do hotel mesmo. Pelo menos a caminhada rendeu fotos lindas!
Dia 4
Passamos o dia fazendo o que tem de melhor pra fazer na Albânia: praia!
Caso não tenha ficado claro pelas fotos acima, as praias da Albânia são incríveis. Sem dúvida, as mais lindas que já visitei na minha humilde existência. A temperatura da água estava ótima para refrescar os 30 e poucos graus que fazia em setembro, o mar é cristalino, calmo. Perfeito pra passar o dia sem se preocupar com nada!
Decidimos passar o dia em Dhërmi Beach, a maior praia da cidade, que conta com vários beach clubs. Como fomos “fora de temporada”, vários já estavam fechados, escolheremos o Havana Beach Club e foi ótimo. Ficamos o dia inteiro na praia, pagamos EUR 20 por 2 guarda-sois e 2 cadeiras, EUR 20 pela garrafa de vinho e entre EUR 13-15 pelos pratos principais no almoço.
A melhor parte desse dia? Conhecemos 3 brasileiros e uma chilena incríveis, assistimos ao pôr-do-sol juntos e para nossa sorte, o casal BR + CL estava planejando ir para Gjipe Beach no dia seguinte, algo que eu queria muito fazer, mas sem carro é difícil (quase impossível!). Por sorte nossos hotéis eram perto, pegamos carona na volta da praia e no dia seguinte as meninas buscaram a gente para a próxima aventura!
Esse foi mais um dia que jantamos no hotel, pedimos uma pizza para comer no quarto e curtir a brisa depois de 2 garrafas de vinho e um dia de muito sol & sal.
Leia também: Onde beber cerveja em Copenhague
Dia 5
Acordamos cedo, tomamos café no hotel, ficamos de dengo com os gatinhos que estavam por lá e encontramos nossas companheiras de aventura, paramos para comprar água e petiscos para o dia, e partimos Gjipe Beach.
Essa praia de difícil acesso pois fica entre os cânions de Gjipe e para chegar lá só tem duas opções trilha ou barco. No caso, a trilha possui duas rotas, uma mais longa, partindo da estrada e passando pelo meio dos cânions, uma caminhada de em torno de 5K, ou a mais curta, partindo de um estacionamento (ver localização) que leva em torno de 20 minutos.
Saindo do nosso hotel, levamos em torno de 30 minutos até o estacionamento que dá acesso ao início da trilha, e dali andamos o restante do caminho. Vá com sapato adequado, leve água e petiscos, é um passeio que vale passar o dia, então vá preparado!
O local possui alguns bares, mas é bom garantir. Muitas pessoas acampam também nessa praia, a estrutura é bem básica, mas caso você seja ainda mais aventureiro do que eu, pode ser divertido!
Pagamos novamente EUR 20 pelos guarda-sois e cadeiras, e só consumimos as coisas que levamos.
A vista da trilha:
Terminamos a noite jantando no restaurante que tentamos ir no primeiro dia, o Morsi, um restaurante italiano bem gostoso, onde você pode comer pizza, salada ou lanches. A vista é maravilhosa e foi um ótimo jeito de terminar o dia!
Dia 6
O dia que eu acordei passando mal.
Sim. Em algum momento me descuidei e acho que bebi água da torneira, acordei me sentindo enjoada. Claro que era o dia de seguir viagem e eu passei 3h30min no ônibus tentando sobreviver!
Saímos de Dhërmi para Tirana às 11h20, pegamos um táxi até o “ponto” de ônibus e compramos o ticket ônibus em dinheiro lá quando o ônibus encostou. Claro que esse foi o trecho da viagem com mais adrenalina, motorista fumando, criança chorando, gente em pé, sem ar-condicionado (risos nervosos).
Mas chegamos inteira a Tirana! Descemos no mesmo lugar onde pegamos o ônibus no primeiro dia e de lá pegamos um táxi para o nosso hotel – que nesse caso, foi um Bed & Breakfast – e pagamos EUR 15 a corrida.
Nossa estadia final foi no Garden Boutique B&B, onde ficamos 3 dias e pagamos EUR 156 para duas pessoas com café da manhã. A localização é bem boa, fizemos tudo a pé durante os últimos dias, mesmo Tirana sendo uma cidade relativamente grande.
Nesse dia jantamos no MUGO um bar-restaurante-balada, com uma carta de gin enorme, várias opções de comida, demos sorte de conseguir mesa sem reserva porque fomos cedo.
Como eu não estava me sentindo muito bem nesse dia, acabamos voltando cedo para o hotel para descansar.
Dia 7
O dia que nada aconteceu: seja lá o que tenha me feito mal no dia anterior, isso também chegou na Carol e passamos o dia todo no quarto, com o ar-condicionado no talo, tomando chá e comendo bolacha de água e sal!
Dia 8
Finalmente acordamos melhor e tivemos a chance de conhecer melhor Tirana!
Começamos o dia com um free walking tour, o que eu acho sempre uma ótima ideia em cidades maiores pra gente se localizar e saber mais da história do lugar. O tour durou 2 horas no total e passou pelos pontos principais do centro. Depois do tour, visitamos o museu House of Leaves que conta um pouco mais sobre o regime totalitário que o país viveu por décadas.
Depois do passeio cultural, fomos para a rua Murat Toptani, uma rua só para pedestres, repletas de bar, restaurantes e lojas. Paramos para tomar um refresco no Millenium Garden, que é bem nada demais. Terminamos o dia no LIFT, um bar-restaurante com um rooftop lindo, um cardápio imenso cheio de coisas gostosas!
Dia 9
Saímos de Tirana no começo da madrugada, pois o nosso vôo saia às 4h20.
Fizemos uma escala em Belgrado – bem longa, deu até pra passear – e chegamos a Copenhague às 18h.
Considerações gerais
Se não tivéssemos perdido um dia em Tirana, teríamos conseguido ver tudo o que a cidade tem pra oferecer, mas mesmo com um dia a menos, conseguimos ver toda a parte histórica central.
Nada contra a capital, mas com certeza a região da costa e das montanhas tem muito mais pra oferecer do que a parte urbana.
Albânia tem muito, mas muito mais pra se visitar do que conseguimos nessa viagem, eu com certeza voltaria com mais tempo e de carro para conhecer outros lugares como: Ksamil, Vlorë, o centro histórico de Dhërmi, Llogara National Park, Durrês (antiga capital do país) e claro, a região das montanhas.
Gastos
Existem formas mais baratas e mais caras de fazer essa viagem
Gastamos em torno de EUR 650 cada, considerando passagens, hospedagem, gastos com taxi, comida, etc. Vale pontuar que a gente foi pra essa viagem sem pensar muito em economizar. Então sem a menor dúvida podia ter sido mais barata.
Mas ao meu ver, EUR 650 para uma viagem de 8 dias pra um destino de verão na Europa, é bem acessível, né? O que você acha?
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