Passei 3 semanas morando na ilha de San Andrés, Colômbia. Veja como foi a experiência de fazer um voluntariado no Caribe!
Desde que conheci a Worlpackers, em 2014 ou 2015, tenho vontade de fazer um voluntariado. Ficava viajando, pela tela do computador, nas milhares de vagas legais em lugares mais legais ainda pelo mundo afora.
Foi somente agora, em fevereiro de 2020, que vim a realizar este meu pequeno sonho. Demorou, mas o fiz em grande estilo! Passei 3 semanas vivendo na ilha de San Andrés, em pleno Caribe.
Vou contar em detalhes como cheguei até lá e como foi viver essa experiência!
Como foi fazer voluntariado no Caribe
Como eu encontrei a vaga
Dentro da plataforma da Worldpackers, eu busquei vagas de voluntariado na Colômbia, mais especificamente na costa, em cidades como Cartagena, Santa Marta e na ilha de San Andrés.
Deparei-me com uma vaga para ajudar no período da noite em no República Hostel em San Andrés, uma ilha a cerca de 1 hora de voo da costa colombiana.
Quais eram os requisitos
No momento da minha aplicação, o República Hostel de San Andrés solicitava um voluntário para ajudar como bartender e na promoção de festas.
Os requisitos eram os seguintes:
- 28 horas por semana
- 5 dias de trabalho por semana
- 2 dias livres por semana
- Inglês intermediário ou espanhol intermediário
- Ter entre 18 e 37 anos
- Apenas 1 pessoa (não aceita casal/duplas)
A candidatura é bem simples: basta acessar o perfil do anfitrião, clicar em “Aplicar” (deveria ser “candidatar-se” 😛 ), escolher as datas em que você deseja voluntariar e responder algumas perguntas simples com o intuito de se apresentar.
O anfitrião pode fazer algumas perguntas antes ou te aprovar diretamente. E aí já está! Listo!
O que eles ofereciam
Em contrapartida, o voluntário ganharia:
- Cama em dormitório compartilhado (o mesmo dos hóspedes)
- Café da manhã, almoço e janta
- Descontos em bebidas no hostel
- Descontos em passeios organizados pelo hostel
É importante ressaltar que gastos com passagem, visto, seguro viagem etc (ou seja, a logística e burocracia para estar ali) são responsabilidade do voluntário.
Como foi na prática
Primeiro ponto importante: a descrição da vaga dizia 5 dias de trabalho por 2 livres. A realidade foi de 6 por 1. Alegaram estar errado no sistema. Não me restou alternativa senão aceitar. Eles ajustaram isso no site imediatamente após essa conversa.
Apesar da descrição dizer que o voluntário deveria promover festas, a minha principal função era ajudar os cozinheiros na hora do jantar. O hostel não permite mais que os hóspedes usem a cozinha. Em vez disso, eles oferecem café da manhã, almoço e janta (à parte) todos os dias.
Em 5 dos 6 dias de trabalho, eu ajudava na cozinha das 18:30 às 21:30, mais ou menos. Eu era responsável por escrever o menu do dia na lousa, coletar os pedidos, orientar os cozinheiros sobre os próximos pratos, buscar as bebidas, entregar e retirar os pratos e o que mais fosse preciso.
Após este horário, eventualmente, a bartender solicitava a minha ajuda para buscar alguma coisa ou dar uma mão para fazer algum drink quando a demanda ficava maior. Isso ocorria até umas 23:00, mais ou menos.
Caso estivesse tranquilo, eu poderia ficar por ali com os hóspedes jogando ping pong, jogos de cartas, de dados, conversando, enfim, curtindo.
Em um dos seis dias de trabalho eu ficava responsável pelo bar, pois era o dia de folga da bartender. Esses dias foram um pouco mais agitados, já que tive que aprender a fazer drinks novos (eu sabia fazer alguns que aprendi trabalhando em Copenhague, mas os drinks do Caribe são diferentes), e a demanda às vezes era bem alta!
Nos dias de bar, eu ficava das 18:00 à meia noite, mais ou menos.
E o resto do dia, de manhã até às 18:00? Eu aproveitava! Eu estava livre para fazer o que me desse na telha! 😀
Eu acordava todos os dias e me perguntavam: “e aí, o que vai fazer hoje?”, e eu com muito prazer respondia: “não faço ideia”, seguido de um sorriso sincero.
Todos os dias eu me juntava à galera do hostel e ia fazer alguma coisa divertida e/ou relaxante: passeio de barco (para o qual eu tinha desconto) organizado pelo próprio hostel, praia, snorkeling, bar Reggae Roots (perdi as contas de quantas vezes fui ao bar do reggae ao lado do hostel!), alugar uma scooter e fazer a volta à ilha. Um dia ou outro eu fiquei de boas no hostel, largada na rede ou lendo na piscina.
Era simplesmente uma rotina perfeita, da qual eu sentirei muita falta!
Qual era o meu objetivo
Eu queria finalmente experimentar como era viajar sendo uma Worldpacker. Ou seja, queria poder estar mais tempo em um lugar, sem pressa, sem muitos planos fixos, conhecendo mais a fundo o local e as pessoas, gastando muito pouco para isso.
Além disso, eu tinha um outro objetivo pessoal, que tinha muito a ver com o momento de vida que eu estava passando.
Após passar um 2019 bastante turbulento emocionalmente, eu estava sentindo a necessidade de RELAXAR! No auge da minha ansiedade e depressão, eu sentia que eu não era mais capaz de relaxar. De fazer nada e curtir esse momento. Era como se eu tivesse mesmo perdido essa capacidade de desfrutar o presente.
Então, no fundo, esta experiência, para mim, também serviu como uma brecha no espaço-tempo para que eu pudesse voltar a praticar O Poder do Agora e relaxar. Respirar. Lidar com a minha ansiedade. Perder-me no tempo. Deixar o tempo rolar no seu próprio tempo, deixar as coisas fluírem, não planejar, não saber o dia de amanhã.
E olha, funcionou direitinho! 🙂
Do que eu menos gostei
A questão do erro sobre os dias livres pesou um pouco no começo, mas depois acabei me acostumando com a ideia e ficou tudo bem.
Fora isso, é difícil pensar em algo de que eu não tenha gostado. Foi tudo muito positivo! Mas ok, se eu tiver que enumerar uma ou outra coisa, eu diria que nas refeições poderia haver menos fritura e maior variedade de vegetais, já que elas eram compostas basicamente de carboidratos.
E, sei lá, o travesseiro era meio duro e a água da torneira e chuveiro era salobra. Mas são coisas bem pontuais e com as quais acabei me acostumando; sinto-me até mal de “reclamar” desses aspectos. Eles não prejudicaram em nada a experiência como um todo!
Do que eu mais gostei
Sem colocar em ordem de importância, eu definitivamente amei:
- O lugar em si. A ilha de San Andrés é um verdadeiro paraíso!
- As pessoas incríveis que conheci fizeram toda a diferença!
- O hostel é muito bom, o espaço é maravilhoso, o clima é muito buena onda, não dá vontade de ir embora!
- Ter uma relação diferente com o tempo. Ter tempo. Deixar o tempo passar. Deixar as coisas acontecerem. Entrar no fluxo. Go with the flow!
Quanto eu gastei no total
Apesar de estar vivendo em San Andrés de graça e com pensão completa, o meu gasto não foi, obviamente, igual a zero.
Detalho abaixo todos os meus gastos. Porém, vale lembrar que muitos deles foram gastos opcionais e pessoais meus. Você pode vir a gastar mais ou menos do que isso, dependendo do seu perfil.
Para facilitar, separo entre gastos obrigatórios e gastos pessoais/opcionais.
Gastos obrigatórios
- Tarjeta turística (taxa obrigatória para entrar em San Andrés): COP 116.800 | BRL 155
- Táxi aeroporto > hostel: COP 50.000 | BRL 66
- Táxi hostel > aeroporto: COP 30.000 | BRL 40
Total obrigatório: COP 196.800 | BRL 261
Gastos opcionais/pessoais
- Táxi centro > hostel (dividido): COP 6.000 | BRL 8
- Passeio barco 1 (com desconto): COP 80.000 | BRL 106
- Passeio barco 2 (com desconto): COP 45.000 | BRL 60
- Aluguel de moto + gasolina (dividido): COP 44.000 | BRL 58
- Entrada La Piscinita: COP 6.000 | BRL 8
- Produtos de higiene: COP 55.000 | BRL 73
- Cerveja: COP 88.900 | BRL 118
- Mercado/snacks: COP 70.210 | BRL 93
Total opcional: COP 395.110 | BRL 524
TOTAL: COP 591.910 | BRL 785
MÉDIA DIÁRIA: COP 26.905 | BRL 35,53
Confesso que me surpreendi quando fiz essas contas. Não havia me dado conta do tanto que havia gasto durante a minha estadia!
Claro que o mais caro foram os passeios, e eu poderia talvez economizar em bebidas (apesar de que eu não bebi tanto assim, pelo menos não comparado com a média das pessoas de lá).
O resto foi meio que inevitável: táxi do/para aeroporto é caro mesmo, eles enfiam a faca, e o ônibus não costuma parar para pessoas com bagagem; a taxa turística é obrigatória; eu precisava de produtos de higiene pois viajei com bagagem de mão e não pude trazer potes grandes. Enfim, vai somando…
De qualquer forma, gastar R$ 35 por dia ainda me parece ultra barato para a qualidade de vida que levei por lá, fazendo o tanto de coisa que fiz. Não me arrependo de nada – bem, talvez de não ter ficado mais (hehe).
Em suma, fazer voluntariado no Caribe com a Worldpackers foi uma experiência única e maravilhosa, que levarei no meu coração!
Deixou-me com vontade de seguir voluntariando em vários outros cantos do mundo!
E você, já fez voluntariado? Tem vontade? Já conhecia a Worldpackers?
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Aluguel de carro: Rentcars
Passeios e ingressos: GetYourGuide e Tiqets
Chip internacional: Easysim4u e Viaje Conectado (Yes Brasil)
Indenização por problema de voo: Resolvvi
[…] Por motivos pessoais, passei 5,5 meses fora da Dinamarca entre outubro de 2019 e março de 2020, quando fiz as viagens da Patagônia (Argentina) e de San Andrés (Colômbia). […]