Passei mais de 2 meses como nômade digital no México, mais especificamente no Caribe. Passei por Cancun, Playa del Carmen, Tulum e Isla Holbox e conto como foi a minha experiência!

Eu e meu companheiro estávamos em busca de um destino onde pudéssemos praticar kitesurf e também trabalhar online. Em nossas pesquisas encontramos alguns destinos possíveis, um deles o Caribe Mexicano.

Tulum e Playa Del Carmen apareceram em nossas buscas como um dos destinos favoritos para nômades digitais, com preços acessíveis, praias paradisíacas, cafés e co-working, e alguns pontos para a prática de kitesurf.

Além disso, por conta da pandemia, era um dos poucos países com fronteiras abertas. Tínhamos visto para permanecer até 180 dias no país, um ponto muito importante para mim, pois eu pretendia tocar alguns projetos.

Estabelecer-se em um lugar por um tempo maior é fundamental quando você vive na estrada. Isso te ajuda a ter uma rotina, ser mais produtiva e concluir os projetos que deseja.

Tivemos alguns imprevistos e minha estadia no México acabou sendo mais curta que o planejado. Acabei ficando 66 dias no país, e vou compartilhar com vocês um pouco de cada lugar por onde passei.

Como foi ser nômade digital no México

Cancun

Cancun foi meu primeiro destino no México. Fiquei impressionada com o tamanho da cidade, esperava algo menor. Famosa por seus resorts caríssimos à beira mar, lotada de turistas (até mesmo na pandemia), não é o tipo de lugar que me fascina. Mas decidimos passar um tempo por lá, pois está a 40 minutos de Isla Blanca, um lugar perfeito para a prática de kitesurf.

Quanto custa se hospedar em Cancun?

Acomodação

É impossível ficar nesses resorts! Bem que eu gostaria de ter a experiência por uns dias rs. Mas a acomodação mais barata que encontrei foi um Airbnb em uma região um pouco mais afastada da Zona Hoteleira. O valor da diária era de R$ 70 com uma mini cozinha e banheiro privativo.

Foi uma experiência bem interessante para me aproximar da cultura local. Eu acordava ao som das galinhas, e da janela do meu quarto podia ver reuniões de família no quintal, que aconteciam quase que diariamente, com música alta e muitas gargalhadas. Algo muito semelhante aos nossos churrascos.

Transporte

Não peguei transporte local, usei Uber na maior parte do tempo. Os preços das viagens usando o aplicativo são semelhantes aos de São Paulo.

Quando íamos para Isla Blanca praticar kite, alugamos carro (R$ 220/diária) – o valor é absurdo, segundo o funcionário de uma das locadoras; nos últimos 2 anos, o valor para aluguel de carro triplicou! Isso aconteceu principalmente pela invasão de turistas americanos nessa região do país.

Alimentação

Eu geralmente cozinho nas viagens, então fiz muitas compras no mercado Soriana, recomendado pelo meu host. Segundo ele, é um dos mais baratos. Os preços são bem parecidos com uma compra de mercado em São Paulo.

Fui algumas vezes ao Café del Profesor para trabalhar. Os preços são um pouco mais elevados que em alguns cafés que estive em minha última visita a São Paulo (R$ 18 por um cappuccino).

A cidade tem uma vasta opção de restaurantes, e não senti muita diferença no preço entre um restaurante vegano na área mais turística versus um restaurante local próximo à minha acomodação – um lugar nada turístico. Gastei praticamente o mesmo valor, em média R$ 40 por refeição (sem bebida). Acho esse valor bem caro, por isso sempre priorizo comer em casa.

Passeios/praias

Fui às praias que eram públicas e não paguei nada para entrar, exceto a Isla Blanca, onde você tem que pagar uma taxa de R$ 26.

Também visitei a ruína maia Chichén Itzá, que fica a 3 horas de Cancun, e o ingresso custou R$ 130.

Playa Delfines – Cancun

Tulum

Vou começar dizendo que Tulum não é um destino para quem trabalha remoto 😱! Não ao menos para quem está buscando um destino mais econômico (rs).

Tulum se tornou muito popular nos últimos anos. É um dos destinos mais procurados por blogueiros famosos, e o crescimento desse turismo de luxo encareceu toda a cidade. Conversando com um mexicano que visita Tulum uma vez por ano, ele me disse que nos últimos 2 anos o preço triplicou: há 2 anos ele pagou 200 pesos mexicanos por sua acomodação, e neste ano (2021), ele pagou 600 pesos mexicanos pela mesma acomodação!

Por que eu não gostei de Tulum como opção para uma estadia mais longa

  • É uma cidade cara;
  • A internet é instável! Fui em quase todos os cafés da cidade e tive problemas com conexão;
  • A praia fica distante do centro da cidade, onde estão as acomodações mais baratas. Você precisa alugar uma bike que custa certa de R$ 50/dia. Claro que você pode comprar uma bike se for ficar mais tempo lá, e economizar.

Quanto custa se hospedar em Tulum?

Acomodação

A acomodação mais barata que encontrei foi em um hostel no centro da cidade, a diária para casal foi de R$ 220, com banheiro privativo e cozinha comunitária. Porém, a qualidade do hostel era bem ruim (limpeza/manutenção/internet). E olha que eu busquei em tudo que é lugar, até em grupos de Facebook! Mas realmente não achei nada mais barato para 1 semana de estadia.

Alimentação

Há uma variedade bem grande de restaurantes na cidade e os valores não diferem muito: você vai pagar em média R$ 26 em um burrito e R$ 50 em um prato mais elaborado. Existe uma praça central com comidas de rua, onde você pode comer burrito por R$ 18, tacos por R$ 6, além das famosas marquesitas, que são tipo um biju com recheios doces ou salgados, ou os dois juntos, como os mexicanos gostam, por R$ 10.

Passeios

Há muitos cenotes para visitar, todos pagos, com preços variados. Eu visitei 6 cenotes diferentes, o mais barato que paguei foi R$ 40 (Car Wash) e o mais caro, R$ 92 (Dos Ojos).

As ruínas maias de Tulum também são um passeio muito interessante e o ingresso custou R$ 26.

Existe acesso público gratuito à Playa Paraíso. Já se você quiser conhecer a praia onde estão os resorts de luxo, você precisa consumir algo em um dos beach bars pela bagatela de R$ 600 (consumação mínima). Eu tentei entrar para apenas um drink e não foi permitido o acesso sem a consumação mínima. Bizarroooo!

Ruínas Maias em Tulum

Holbox

Holbox é uma ilha paradisíaca, que está a cerca de 2 horas de distância de Cancun, no extremo norte do estado de Quintana Roo. É um lugar incrível e decidimos ir para lá principalmente por conta da prática de kitesurf.

A ilha é bem pequena, e basicamente você faz tudo a pé ou de bicicleta. Ela é cercada de praias lindíssimas, muitos cafés e ótimos restaurantes. Apaixonamo-nos de cara e decidimos prolongar nossa estadia por lá, ficando 3 semanas.

A ilha recebe muitos turistas para passeios de 1 dia, ou curtas estadias. Durante a semana era bem tranquilo, e aos finais de semana a cidade ficava mais movimentada.

Não encontramos muitos nômades digitais por lá para estadias mais longas, pois a ilha tem uma conexão de internet péssima, o que foi realmente muito desafiador no período que estive lá. Minha produtividade despencou, e tive que cancelar e postergar eventos por conta disso. Mas me permiti, pois amei a vibe da ilha! Se não fosse a internet eu teria ficado lá por mais tempo.

Quanto custa se hospedar em Holbox?

Acomodação

A ilha tem um preço elevado. Se você buscar acomodações pelo Booking ou Airbnb só vai achar coisas bem caras. A solução foi buscar grupos no Facebook, entrar em contato com a comunidade local, encontrar acomodações mais simples e negociar preço para uma estadia mais longa.

Fazendo isso, a melhor proposta que consegui foi um quarto por R$ 2.000,00 – 20 dias de hospedagem, com banheiro privativo, uma pequena cozinha, limpeza 2x por semana, uma sacada delicinha, e uma ótima localização, a apenas 1 quadra da Playa Holbox, que é a praia principal da ilha.

Alimentação

Achei os preços meio padrão por todos os lugares que visitei no México. Uma refeição pode variar entre R$ 26 a R$ 40, dependendo do restaurante que você for, e na ilha era basicamente essa média de preço, por isso, eu cozinhava frequentemente.

Eu geralmente ia em algum dos cafés da cidade para trabalhar. O meu favorito é o Outro Clandestino, e o cappuccino custa R$ 16.

A manga no palito que é vendida na praia custa R$ 13, a água de coco R$ 10 e as empanadas argentinas deliciosas do Las Empa também custa R$ 10. Um drink em um dos beach bars custou R$ 52 😱 e eu fiquei pobre!

Passeios

Existem alguns passeios de barco para visitar ilhas próximas e custam R$ 90 por pessoa (eu não fiz). Alugar uma bike para explorar a ilha dá um ótimo passeio; o aluguel para 8 horas é de R$ 40 e para 24 horas, R$ 52.

Ver o lindo pôr do sol é grátis e fiz questão de acompanhar esse espetáculo quase todos os dias.

Pôr do sol na Playa Holbox

Playa del Carmen

Playa del Carmen está entre Cancun e Tulum, e foi meu último destino no México. É um lugar incrível para morar, tem supermercados, lojas, muitos cafés e restaurantes, uma vida noturna bem agitada, comida local, feirinha de rua, lugares para praticar yoga, dança, música, arte e cultura. Além, é claro, da praia com aquele azul lindíssimo do mar caribenho!

Conheci nômades digitais de diversas partes do mundo: Islândia, Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e por aí vai.

É disso que comecei a gostar quando mudei meu estilo de viagem de mochileira para nômade: descobrir novos cafés da cidade, sentar com meu laptop para trabalhar ao mesmo tempo que observo e me conecto com toda essa diversidade.

Isso me faz enxergar novas possibilidades, novos horizontes, saber que se uma porta fechar, novas portas vão se abrir, isso preenche meu coração de vida, de leveza.

De todas as cidades em que estive como nômade digital no México, Playa Del Carmen foi a que mais gostei para esse mix entre trabalho e lazer.

Quanto custa se hospedar em Playa Del Carmen?

Acomodação

Como pretendia passar de 1 a 2 meses em Playa del Carmen, busquei grupos no Facebook para entrar em contato com a comunidade local. Encontrei acomodações simples, tipo kitnet, com uma pequena cozinha e banheiro, um pouco mais distantes da praia e do centro da cidade (mas algo como 15 minutos de bike), pelo valor mensal de R$ 1.000.

Meu companheiro e eu acabamos optando por investir um pouco mais na acomodação para ficar mais próximos da praia e dos cafés. Pagamos R$ 2.000/mês com piscina no rooftop (algo bem popular nas acomodações disponíveis na cidade), limpeza inclusa 3 vezes por semana, todas as contas inclusas como internet, energia, água, gás, e estávamos a 5 minutos da praia (caminhando).

Alimentação

Playa Del Carmen é uma cidade com muitas variedades de restaurantes entre pontos turísticos e restaurantes locais. Você consegue comer nos restaurantes locais por R$ 12, e nos mais turísticos – como os cafés que costumava ir para trabalhar – a média era de R$ 40.

Como em todos os outros destinos, eu sempre priorizava comer em casa, vez ou outra eu comia fora. Tem muitos mercados por lá, mas eu fazia minhas compras no Soriana, que é considerado um dos mais baratos.

Transporte

É possível alugar uma bike do aplicativo BiciPlaya, que funciona como as bikes do Itaú. O aluguel para 7 diárias é de R$ 80. Eu aluguei por apenas 1 semana, e depois optei por fazer os trajetos sempre a pé.

Passeios

Você pode aproveitar a praia central e a Playa Punta Esmeralda, ambas são públicas. Na rotina da semana, eu gostava de ir na praia central no fim do dia para relaxar um pouco, mas não gostei muito dessa praia para banho.

a Playa Punta Esmeralda eu achei lindíssima e quando o dia estava mais livre, eu aproveitava algumas horas lá.

Playa del Carmen

Explorar o Caribe Mexicano e os templos Maias foi realmente um sonho realizado! Foi ótimo poder aproveitar tudo com calma e ter a experiência de viver como nômade digital no México, nesse mix entre cultura local e turismo frenético, praias paradisíacas, cenotes, sítios arqueológicos.

O Caribe Mexicano é um ótimo destino para ser seu lar por um tempo! 🙂


Agora conta pra gente: Que outro lugar paradisíaco você recomenda para viver e viajar como nômade digital?

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Sobre a autora Ver todos os posts

Luciane Sturaro

Publicitária, designer, instrutora de yoga, terapeuta Reiki e mais recentemente começou a ensinar português para estrangeiros. Em 2019, largou a rotina de sua vida em São Paulo e saiu por aí para colecionar momentos, passou por 23 países, mochilando, trocando trabalhos por hospedagem ou fazendo couchsurfing, foi vivendo e aprendendo um monte. Em setembro de 2020, se assumiu como nômade digital, e hoje em dia vive na estrada num ritmo diferente, trabalhando e viajando.

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