Eu sofro de FOMO - Uma breve reflexão sobre vulnerabilidade - 7 Cantos do Mundo

Este post é mais um desabafo. Sabe quando você sente a necessidade de pôr para fora uma determinada coisa, para finalmente encará-la de frente, pois ela está te consumindo?

Sabe aqueles sentimentos que te rodeiam, te perseguem como uma assombração, aparecem quando você deita a cabeça no travesseiro, e não te deixam viver a sua realidade, estar presente na sua própria vida?

É isso que tem acontecido comigo nos últimos tempos.

É f* admitir isso, mas é real. Ele me pegou. Eu sofro de FOMO.

Mas afinal, o que é FOMO?

(Não confunda com FOME! 🤣)

FOMO = Fear of Missing Out (medo de perder, de estar por fora)

🔎 Segundo a definição da Wikipedia:

FOMO é “uma percepção generalizada de que outros podem estar tendo experiências gratificantes das quais se está ausente”. Essa ansiedade social é caracterizada por “um desejo de permanecer continuamente conectado com o que os outros estão fazendo”. O FOMO também é definido como um medo do arrependimento, que pode levar a uma preocupação compulsiva de que alguém pode perder uma oportunidade de interação social, uma experiência nova, um investimento lucrativo ou outros eventos satisfatórios. Em outras palavras, o FOMO perpetua o medo de ter tomado a decisão errada sobre como gastar tempo, já que “você pode imaginar como as coisas poderiam ser diferentes”.

Eu descobri que eu sofro de FOMO.

Eu vivo em uma ansiedade constante, não boa, de querer sempre estar “lá” – isto é, conhecendo um lugar novo, tendo novas experiências, vivendo algo grandioso.

Eu vejo a galera fazendo uma trilha super maneira no Brasil? Eu quero estar lá.

Eu vejo o povo numa praia paradisíaca na Tailândia? Eu quero estar lá.

Eu vejo fulano(a) que está dando a volta ao mundo em um período sabático? Eu quero estar lá.

É como se a minha realidade, esta de morar na Dinamarca, não fosse boa o suficiente, e eu sempre estivesse perdendo alguma coisa mais legal.

Falando assim parece até que sou ingrata pelas oportunidades que a vida me trouxe, né? Mas juro que não é este o caso! Isso inclusive acontecia – em menor grau, é verdade – até mesmo antes, quando eu era CLT em São Paulo.

Inspiro-me muito em pessoas “que largaram tudo”, nômades digitais e outros seres livres mundo afora. Eles são maravilhosos! 🤩

Mas, por algum motivo, vê-los constantemente em suas vidas “perfeitas” no Instagram me causa uma angústia. E só para deixar mais do que claro: não é culpa deles. Sei que eles não são exibidos ou pretensiosos – ao menos não as pessoas que acompanho com frequência, que eu escolho bem. Mas mesmo assim o FOMO me bate. Sinto como se eu estivesse “perdendo tempo”.

É o velho problema da grama do vizinho ser mais verde, eu sei. Teria, além disso, um componente do luto que vivi por mudar de país (e radicalmente de situação de vida)? Talvez.

Sinto que já deixei meus sonhos de lado durante muito tempo. Eu estava pronta para largar tudo e dar a volta ao mundo em meados de 2016! Mas fiz escolhas que me levaram por outro caminho. E ainda estou digerindo tudo isso, e tentando me reencontrar.

Pode parecer que eu estou aqui sendo muito feliz e realizada com essa vida de blogueira e sabendo muito bem o que estou fazendo e onde quero chegar. Mas a verdade é que estou perdidinha da silva. Tenho cada vez mais perguntas do que respostas. Isso é muito angustiante, e acredito que tenha me deixado suscetível ao “ataque” do FOMO.

Isso é real e me preocupa. Não é saudável. Minha vida – e a sua – são perfeitas sim! Perfeitas para o que precisamos viver neste momento, para o que precisamos aprender nesta fase da nossa vida. Seu Universo é sabido e não dá ponto sem nó. Viver na negação não nos leva a lugar nenhum. Por isso, resolvi assumir logo de vez.

O poder da vulnerabilidade

Eu só sei de uma coisa: admitir nossas vulnerabilidades é o primeiro sinal da nossa força.

O processo de cura dessas sombras (incluindo o FOMO) começa quando a gente assume a nossa vulnerabilidade. Quando a gente abdica de tentar convencer a nós mesmos que estamos super bem resolvidos e que fatores externos não nos afetam.

Afetam sim, infelizmente.

Como lidar com isso, enquanto produtora de conteúdo e, portanto, usuária assídua de redes sociais? Como se blindar? É possível ser imune a isso? É possível ter uma relação saudável com isso?

Essa é a grande questão. É um balanço difícil de fazer. Tenho até me afastado do Instagram ultimamente (se você é mais antigo por aqui deve ter notado).

Mostrar sua vulnerabilidade é viver na sua verdade mais crua, mais profunda. De lá, não tem mais pra onde ir. Não tem nada mais a esconder. Mostrar sua vulnerabilidade é um ato de coragem.

A gente cresce achando que tem que ser boa, a melhor, perfeita. Acreditamos nisso na maior parte da nossa vida. Precisamos atingir o “sucesso”. Mostrar falhas é sinal de fracasso. De fraqueza. E você não pode parecer fraca! Ah, não pode! Você precisa manter a cabeça erguida, não pode perder a pose. Precisa se mostrar muito bem resolvida, que sabe muito bem o que está fazendo. Depois que passamos dos 30 então, isso parece ser ainda mais forte!

E sabe o quê? Mostrar sua vulnerabilidade é libertador!

Esta sou eu, perfeita em minhas imperfeições. Falhando pra $#%*@, mas em aprimoramento contínuo. Sempre haverá espaço para aprendizado e crescimento. Mostrar sua vulnerabilidade é ser humilde. É reconhecer suas imperfeições e se abrir para aprendizados sublimes, para a evolução.

Mostrar sua vulnerabilidade é confiar. Confiar no Universo, na lei da atração, no fluxo. É entrega. E com ela, coisas mágicas fluem até você.

(Eu escrevo tudo isso como uma grande auto-puxada de orelha. É impressionante como escrever me ajuda a entender o processo pelo qual estou passando)

“Sua missão é simplificar. Fale a língua que todos entendem, passe um recado universal, deixe sua arrogância morrer de vez. Você está aí para contar histórias que engrandeçam e unam, não para se mostrar sábia nem especial”

Essa foi a mensagem que a autora Milly Lacombe recebeu e relatou em seu livro O ano em que morri em Nova York (um dos meus melhores livros de 2018), e é o que eu gostaria de levar adiante também.

Espero te ver nessa jornada. Obrigada por ter chegado até aqui!

Em suma: você se sente incomodado com o que vê por aí em redes sociais, tanto de amigos quanto de figuras públicas? Você também sente essa angústia (ou eu sou a única maluca? 🙆🏼‍♀️)? É possível que você também sofra de FOMO. Pare, respire, sinta. E mostre sua vulnerabilidade! O processo começa por aí.

Dica: existe um TED Talks muito bom sobre o assunto, chamado O Poder da Vulnerabilidade. Eu super recomendo que você o assista!

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Laura Sette

Paulistana, leonina, Manifestadora Esplênica 3/5 e a doida do autoconhecimento. Comecei a viajar e não quis parar mais! Já morei em 5 países. Acredito que a vida é muito mais do que viver em um único lugar para pagar boletos. Em 2016, saí da Matrix e vivo no fluxo por aí. Viajo, escrevo, me expresso como der na telha e levo a vida com bom humor. Troquei uma carreira corporativa para viver uma vida mais autêntica e explorar os 7 Cantos do Mundo! Vamos juntos?

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3 ComentáriosDeixe um comentário

  • Já faz anos e anos q sei q sofro de FOMO… E nunca tinha relacionado nada disso com vulnerabilidade… E só nesse último semestre de 2018 q aceitei ser mais vulnerável. Vou ver esse TED já! bjao!

    • É um processo delicado, né? Quando admitimos uma “fraqueza”, estamos nos expondo – em outras palavras: mostrando nossa vulnerabilidade. Eu também demorei muito para fazer essa associação. Mas foi bastante importante aceitar isso! Que bom que fez sentido para você também. Espero ter trazido alguma coisa de positivo. Obrigada pela leitura! Grande beijo

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